Torcedor do Vasco, Bruno Guimarães viaja ao passado para desbloquear memórias no Maracanã

Torcedor do Vasco, Bruno Guimarães viaja ao passado para desbloquear memórias no Maracanã

Aos 30 min do 2º tempo – gol de dentro da área de Bruno Guimarães do Brasil contra o Chile

Menos de 2km ou cerca de três minutos andando. Essa é a distância que define o sentido de “casa” que Bruno Guimarães tem pelo Maracanã. Destaque na vitória sobre o Chile, o meio-campista jogou como nos tempos da rua Oito de Dezembro, em Vila Isabel, bem pertinho dali e caiu de vez nas graças de Carlo Ancelotti.

Não que o jogador do Newcastle precisasse de muitos pontos no vestibular do italiano visando a Copa de 2026. Os elogios feitos por Ancelotti para pessoas próximas desde a Data FIFA de junho já indicavam BG como um dos pilares dessa Seleção, fruto de um ciclo onde foi dos poucos que passou imune aos poucos altos e muitos baixos do Brasil.

Bruno Guimarães é o jogador que mais esteve em campo desde a Copa do Catar. Dos 28 jogos realizados pela Seleção, foi ausência apenas em dois e entrou no decorrer de outros três. Ou seja, titular 23 vezes, que praticamente garantem o posto de intocável no meio de campo.

– Estou muito feliz. Foi uma partida muito boa e fico feliz por conseguir ser o Bruno que eu quero ser na Seleção. É só o começo… Tem muita coisa pela frente.

Bruno Guimarães: “Se um dia eu voltar, é só pra esses dois clubes (Vasco ou Athletico-PR)”

O jogo contra os chilenos, no entanto, foi especial nessa confirmação como peça relevante na estrutura da Seleção. O Maracanã das cadeiras azuis que ia com os pais torcer pelo Vasco não existe mais. Está mais moderno, reformado, padrão FIFA. Mas o menino de Vila Isabel já teve tempo de sobra para construir novas memórias inesquecíveis.

– O Maracanã sempre me dá muita sorte. Fiz gol aqui em semifinal de Sul-Americana (2018) contra o Fluminense, pênalti decisivo contra o Flamengo pela Copa do Brasil em que fomos campeões, em 2019. Agora, mais um gol. É um estádio que me dá sorte normalmente.

“Sou daqui, morei a uns cinco minutos daqui. É um estádio que eu amo. Tinha muita gente da minha família, amigos, mais de 70 ingressos”

O gol que fechou a vitória por 3 a 0 sobre o Chile foi o primeiro de Bruno no ciclo e apenas o segundo com a camisa da Seleção. A dinâmica que deu no meio de campo foi o que mais chamou a atenção na noite de quinta-feira, com passes verticais, como os que deixaram Martinelli na cara do goleiro duas vezes, ou os desarmes no campo de ataque que permitiram que o Brasil tivesse ainda mais volume de jogo.

A desenvoltura lembrou aos velhos amigos o garoto que fazia a diferença nas quadras do Grajaú Country Clube, a menos de 5km do Maracanã. Para quem está há tanto tempo longe, voltar à Zona Norte do Rio foi quase que um atalho para fazer um dos melhores entre os 36 jogos com a camisa da Seleção:

– O saldo é muito positivo. Saio daqui confiante e feliz por ter marcado. Estava buscando esse gol há muito, muito tempo. Agora, é seguir o trabalho. É só o começo de uma nova aventura com o Ancelotti. É um treinador italiano, né!? Tomar pouco gol é fundamental. A gente vinha tomando muito gol antes.

“Estamos com muito mais confiança, que ele conseguiu trazer de volta para os jogadores. O trabalho está sendo mostrado e estamos felizes com ele. É dar sequência”

Na próxima terça-feira, Bruno Guimarães encerra a participação nas eliminatórias para Copa de 2026 diante da Bolívia, em El Alto, nos 4.100m de altitude. Será a 17ª partida do volante na competição entre 18 possíveis, e com elementos para se sentir em casa.

Foi na Bolívia, também na última rodada de classificação para a Copa de 2022, que o volante marcou o primeiro gol pela Seleção. Se o Maracanã dessa vez estará distante, outras memórias seguem destravadas para o jogador que mais defendeu o Brasil no ciclo.

Fonte: ge

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