Antes da derrota vexatória no Estádio Olímpico de Atahualpa, marcada pela expulsão de Lucas Piton com 11 minutos de jogo, o Vasco havia perdido por 4 a 1 para o modestíssimo Puerto Cabello na Venezuela e sofreu um empate do Melgar no Peru depois de abrir 3 a 1 no placar. Saldo de 12 gols sofridos e apenas um ponto somado em jogos fora de casa nesta Sul-Americana.
Em São Januário, a única vitória tranquila foi o 3 a 0 sobre o Melgar, num momento de subida de produção sob o comando de Fernando Diniz. Com Fábio Carille, a equipe venceu o Puerto Cabello por 1 a 0 sob vaias da torcida e não conseguiu sair do zero com o Lanús. A promessa da diretoria de priorizar a competição criou uma expectativa do tamanho da Colina Histórica, mas a realidade provoca o sentimento de que era melhor nem ter se classificado.
Nesta terça, o grande vilão foi Lucas Piton – o ge deu nota zero para a atuação do lateral-esquerdo. Fernando Diniz disse na coletiva que tinha esperança de que a partida se desenrolasse de outra maneira não fosse a expulsão logo nos primeiros minutos. Mas a goleada também passa por péssimas apresentações individuais, como a dos João Victor e Maurício Lemos. Foi uma noite em que ninguém se salvou.
Com o resultado, o Vasco vai precisar buscar um resultado na volta que nunca ocorreu na história da Sul-Americana. Os times se enfrentam novamente no dia 22, em São Januário.
Como foi o vexame em Quito
Fernando Diniz optou por uma escalação diferente para suprir a ausência de Philippe Coutinho e surpreendeu ao mandar a campo um time com GB ao lado de Vegetti na frente. Dessa forma, a expectativa era de que Nuno e Rayan atuassem numa linha logo atrás da dupla de ataque, com o português centralizado e o jovem atacante caindo pela direita, onde vem apresentando boas atuações.
Mas não deu tempo de ver como a equipe se comportaria. Com 11 minutos de jogo, Lucas Piton recebeu o cartão vermelho e desmontou qualquer tipo de estratégia.
Antes disso, o Vasco havia assustado em uma boa chegada ao ataque finalizada por Rayan, que obrigou o goleiro Villar a trabalhar. O atacante também levou perigo em duas cobranças de falta nos minutos seguintes à expulsão. E foi só o que o Vasco conseguiu fazer ofensivamente na partida inteira.
Daí para frente, o time de Fernando Diniz apenas se defendeu. Os nove jogadores de linha posicionaram-se na frente da área, com Vegetti plantado da intermediária para trás. Foi um amasso do time equatoriano, que explorou a deficiência do Vasco na bola aérea defensiva e levou perigo em vários cruzamentos na área. Em um deles, Spinelli acertou o travessão. Em outro, Léo Jardim operou um milagre.
Da forma como as coisas andavam, o gol do Independiente del Valle era questão de tempo. E saiu aos 47 minutos do primeiro tempo, com Carabajal aproveitando o rebote de uma defesa esquisita de Jardim. Ao todo, foram incríveis 17 finalizações dos donos da casa. Levar a derrota magra por 1 a 0 para o intervalo foi lucro.
No segundo tempo, o Vasco não teve a mesma sorte. O placar já mostrava 3 a 0 para o Del Valle com cinco minutos, os gols marcados por Mercado (com enorme contribuição da defesa inteira, que deixou o camisa 7 à vontade para dominar no peito e finalizar dentro da área) e Spinelli (completando o cruzamento nas costas de Maurício Lemos). Lemos entrou no intervalo no lugar de Nuno Moreira numa substituição que, na prática, jogou por terra qualquer chance de reação.
O time comandado pelo espanhol Javier Rabanal visivelmente tirou o pé depois de marcar o terceiro. O Vasco se permitiu respirar um pouco, mas sem ameaçar o gol adversário sequer por um instante. Era um time entregue em campo. Sem válvula de escape, sem fôlego na altitude e preocupado em não sofrer mais gols para não voltar para casa sem chance de classificação.
Quando decidiu acelerar um pouco mais para matar a partida, o Del Valle marcou outras duas vezes, mas um dos gols foi anulado (o de Spinelli, por impedimento). Cazares ainda teve a chance de ampliar em cobrança de pênalti, mas Léo Jardim acertou o canto e evitou uma goleada ainda mais vexatória.
Fonte: ge